Águas como fonte de imaginação e desejos

Bienal das Amazônias é instituição de arte, nascida no Sul Global, que tem como premissa o deslocamento do debate sobre as artes e seus potenciais enquanto ferramenta transformadora

A primeira Bienal das Amazônias reuniu artistas, cientistas, universidades, empresas, organizações da sociedade civil e dos povos indígenas brasileiros e estrangeiros, além de representantes de governos e entidades nacionais e internacionais que apóiam o desenvolvimento sustentável da região amazônica, conciliando economia e ecologia de forma inovadora como modelo econômico.

Ocorreu de agosto a novembro de 2023, reunindo trabalhos de 123 artistas de todos os Estados amazônicos. Foram artistas e coletivos de oito países da Pan-Amazônia, além da Guiana Francesa. A edição foi reconhecida com o "Prêmio Destaques Regionais - Região Norte" da Associação Brasileira de Críticos de Arte (ABCA).

A segunda edição da Bienal das Amazônias ocorrerá em Belém (PA) no segundo semestre de 2025, coincidindo com a COP 30.

Ao criar este espaço de protagonismo das artes amazônicas, a Bienal quer se firmar como uma instituição de arte que nasce no Sul Global (América Latina) e potencializa o poder narrativo dos povos amazônicos, em muito invisibilizados ou tomados por terceiros.

as curadoras

Vânia Leal

Graduada em Artes Plásticas, especialista em História da Arte, mestre em Comunicação, Linguagem e Cultura. É diretora de projetos especiais do Centro Cultural Bienal das Amazônias e foi curadora da 1ª Bienal das Amazônias. Realizou a curadoria de todas as exposições da Coleção Eduardo Vasconcelos já realizadas. Coordenou durante anos a curadoria educacional do Projeto Arte Pará, sendo responsável pela Organização do Catálogo anual do Salão e do Encarte Especial Arte Pará no Jornal O Liberal. Atua na área de curadoria e pesquisa em Artes, tendo participado de júris de seleção e premiação e organização de salões como o 9º Salão de Arte Contemporânea SESC Amapá (2013) e o Salão UNAMA de Pequenos Formatos. Fez a curadoria da individual de Flavya Mutran, Odair Mindelo e Elciclei Araújo no Edital do Banco da Amazônia, e a curadora de mapeamento da região norte no Projeto Rumos Itaú Cultural de Artes Visuais, Edição de 2011/2012/2013. Foi avaliadora da Edição Rumos Itaú Cultural Edição de 2015/2016 e membro do Comitê de Indicação do Prêmio PIPA 2017.

Keyna Eleison

Curadora, escritora, pesquisadora, herdeira Griot e xamã, narradora, cantora, cronista ancestral, gestora cultural. Mestre em História da Arte e especialista em História e Arquitetura pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e bacharel em Filosofia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Membro da Comissão de Patrimônio Africano para a laureação da região do Cais do Valongo como Patrimônio Mundial (UNESCO). Foi gestora de todas as instituições culturais da cidade do Rio de Janeiro na Prefeitura do Rio de Janeiro de novembro de 2015 a janeiro de 2017. Coordenadora pedagógica da Escola Livre de Artes Visuais - Parque Lage entre 2018 e 2019. Foi curadora at large na Bienal de São Paulo 2025 e curadora da 10ª Bienal Internacional SIART, na Bolívia. Foi cronista da "Contemporary &", diretora artística do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM Rio) de 2020 a janeiro de 2023 e curadora da Bienal das Amazônias 2023/2025. Atualmente é diretora de conteúdo e pesquisa do Centro Cultural Bienal das Amazônias (CCBA). Trabalha no desenvolvimento de exposições e significados de obras de arte e artistas, orientação de processos artísticos, curadoria de exposições, ensino de arte, tendo como precedente na coordenação em educação e narrativa artística o reforço da relação de passagem e captura do conhecimento oral.